Novas Tendências no Ensino/Aprendizagem de Línguas Românicas e na Formação de Professores

Olga Alejandra Mordente; Roberta Ferroni (Org.)

Com este livro, as autoras, professoras de italiano da Universidade de São Paulo, compartilham sua experiência com outros especialistas da área e iniciam um novo percurso em relação à intercompreensão.
O conceito ou noção de intercompreensão (IC) é relativamente recente. Tendo se originado devido às necessidades de comunicação no cenário europeu multilíngue e multicultural, é explorado em inúmeros projetos iniciados nos anos 90 naquele contexto, que passam a desenvolver ferramentas e estratégias que permitam aos usuários de línguas tipologicamente próximas se entenderem uns aos outros, cada qual falando sua língua.
Essa noção, que passa, portanto, a fundamentar uma abordagem de ensinar, nos faz refletir sobre a necessidade de revermos uma série de outros conceitos centrais ao ensino de línguas, dentre os quais o próprio conceito de proficiência ou “o que é saber uma língua”, com implicações para outras noções tais como bilinguismo ou multilinguismo que passariam a ser vistas como a capacidade de mobilizar um repertório de capacidades e conhecimentos linguísticos e culturais que permita aos usuários ultrapassar as fronteiras linguísticas de sua língua para fazer frente às necessidades comunicativas em outras línguas.
Estas questões, assim como muitas outras, fundamentais para o entendimento do conceito de intercompreensão, são abordadas nesta coletânea que congrega nove artigos, escritos em português, espanhol, francês e italiano por autores brasileiros e europeus com experiências diversas em importantes e respeitados projetos de intercompreensão em línguas tipologicamente próximas, tais como Galapro, Galanet, Miriadi e Redinter, entre outros, podendo ser considerada, portanto, um estado da arte em relação a essa noção e abordagem. 
Dividida em três partes, a obra nos faz refletir sobre o conceito, ainda em construção –  com base em experiências e reflexões de projetos em andamento -- assim como sobre suas potencialidades e desafios para a formação do professor, o que a torna, portanto, leitura obrigatória para professores de línguas românicas.